O desenvolvimento comunitário com diálogo e cooperação é a base do voluntariado, que busca amenizar a desigualdade por meio da transformação social. Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro passado, um em cada quatro brasileiros vivia em situação de pobreza, em 2020. Tal realidade ressalta a necessidade do envolvimento de todos os setores na construção de uma sociedade mais igualitária. E, por ser o pilar para as mais diversas ações colaborativas e sustentáveis, a engenharia é primordial neste processo.
Por outro lado, muitos estão comprometidos em mudar essa situação. Outra pesquisa publicada também pelo IBGE em junho de 2020, apontou que o país contava com 6,9 milhões de voluntários no ano anterior. Parte desta rede de desenvolvimento coletivo é formada pelos Engenheiros Sem Fronteira (ESF), organização sem fins lucrativos presente em 65 países ao redor do mundo. No Brasil, a entidade já transformou mais de 110 mil vidas a partir da atuação de núcleos locais.
No estado de São Paulo, os trabalhos se concentram atualmente no ABC Paulista, Araras, Ilha Solteira, Lorena, Limeira, Piracicaba, Santos, São Carlos e Sorocaba. São aproximadamente 200 voluntários que desenvolveram, apenas no ano passado, 23 projetos em quatro eixos temáticos: Educação, Gestão e Empreendedorismo, Infraestrutura e Assistência Básica e Sustentabilidade.
“Desenvolvemos e implementamos soluções sustentáveis para comunidades locais em situação de vulnerabilidade, aplicando conhecimentos técnicos para resolver problemas que afetam o planeta”, explica a coordenadora de relações institucionais do ESF-Brasil, Eng. Luana Oliveira.
As iniciativas são nas áreas da construção civil, saneamento, agricultura, energia, infraestrutura, empoderamento econômico e educação. Exemplos deste engajamento multisetorial são os projetos de capacitação e aperfeiçoamento profissional, que oferecem aos jovens de Limeira (SP) cursos de Difusão Científica com variadas temáticas (Controle de Qualidade, Educação/Empreendedorismo, Logística Aplicada, Processamento de Alimentos e Segurança do Trabalho), e o Recapta, ação que consiste na instalação do sistema de receptação de água em escolas e apresenta ao corpo docente e alunos conhecimento sobre o uso racional de água.
Este segundo projeto foi premiado no VI Congresso Brasileiro dos Engenheiros Sem Fronteira como uma das ações utilizadas pelo ESF-Brasil para manter o engajamento e qualificar a rede de voluntariado. “Em todo o país, a nossa organização possui cerca de dois mil voluntários ativos. O engajamento com propósito e a identificação das pessoas que fazem parte com os projetos, é o que faz a diferença neste processo”, pontua Oliveira.
Atualmente, cerca de 60% da rede de apoio do ESF-Brasil é formada por voluntários com 22 a 25 anos. Tal cenário demonstra outra particularidade da organização, que está inserida em faculdades e universidades.
Os voluntários são assessorados pela equipe nacional, além de receberem manuais de instruções e terem à disposição um site interno contendo arquivos e documentos de referência.
Os núcleos locais passam por diversos níveis de maturidade até evoluir e se tornar uma organização social autônoma e vinculada à rede ESF-Brasil.
Toda a atuação é financiada por contribuições individuais, financiamento de empresas e participação em editais e agrega profissionais das mais diversas áreas, já que o ESF busca parcerias que promovam iniciativas de inovação.
“Considerando as várias expertises dos engenheiros, vários núcleos da nossa rede vêm desenvolvendo parcerias com empresas públicas e privadas focadas no impacto social para melhorar seus processos internos e também promover atividades relacionadas a inclusão da tradicional engenharia neste setor de inovação”, revela a coordenadora de relações institucionais. “Ser um Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para a transformação social e se posicionar como agente dessa transformação”, complementa.
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Produzido pela CDI Comunicação
Edição: Equipe de Comunicação Corporativa/GCE
Créditos das fotos: Engenheiros Sem Fronteiras