janeiro 24 2022 0Comment

Mais produtividade com monitoramento do clima

Para uma agricultura de ponta, com alta produtividade, é necessário um planejamento estratégico. Ele envolve desde escolher a melhor época de plantio até a cultura ideal para produzir em determinada região, passando pelas ferramentas e demais itens que interferem diretamente no resultado da plantação, como equipamentos que o auxiliem no monitoramento do clima no campo.

Doutor em microclimatologia do ambiente protegido, o Eng. Agr. Glauco Eduardo Pereira Cortez pontua que o levantamento dos fatores climáticos ou a tentativa de controlar alguns destes elementos que interferem diretamente nas condições do clima, complementa outros processos de produção.

“Não adianta ter as máquinas mais tecnológicas do mercado se falta análise dos fatores de clima no campo. Os produtores que não conhecem a fundo os efeitos das condições climáticas e as consequências destas alterações devem adquirir estes equipamentos e, ao mesmo tempo, contratar uma consultoria com engenheiro agrônomo”, observa.

Segundo o engenheiro, os eventos climáticos – principalmente os extremos – sempre foram os principais limitadores para o desenvolvimento agrícola em diversas regiões do país. Cortez ressalta a necessidade de estruturas que realizam a coleta de dados meteorológicos que, geralmente, se repetem periodicamente.

“Esta repetição facilita uma projeção para determinada região de cultivo de quando poderá ocorrer os eventos extremos, proporcionando um planejamento das ações mais adequado para o desenvolvimento da plantação. Naquele período do ciclo cultural mais suscetível a estes eventos climáticos, a plantação estará protegida no campo, ou seja, a probabilidade de ocorrências será menor.”.

Para isso, são utilizadas estações automáticas, conectadas à internet e com sensores que medem todos os parâmetros que influenciam diretamente no cultivo, como quantidade e intensidade de chuva, unidade relativa, temperaturas máximas e mínimas do ar e velocidade do vento.

Com o avanço da tecnologia, os sistemas de previsão de tempo têm se tornado mais precisos e acessíveis, ampliando a presença nas propriedades rurais para realização destas análises para as atividades agrícolas, principalmente às relacionadas com o plantio de solo e colheita. Além disso, as estações são necessárias para o balanço hídrico, ferramenta essencial para os produtores que fazem uso da técnica de irrigação.

Os produtores da região centro-sul do Brasil adotam a irrigação principalmente entre o fim do outono e início da primavera. Este período conta com formação de massas de ar quente e seco que fazem um bloqueio impedindo que as frentes frias avancem e causem chuvas nestas localidades, prejudicando as lavouras.

“Poucos produtores destas regiões têm plantio no campo nesta época e isso é caracterizado apenas por culturas anuais, tipo frutíferas, como o café e a cana-de-açúcar, resistentes a maior intensidade de seca. E estes produtores que optam por fazer várias culturas anuais obrigatoriamente vão ter um sistema de irrigação, já que é praticamente impossível a produção sem a utilização deste sistema”, esclarece Cortez.

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aponta que a lavoura irrigada possui produtividade de duas a três vezes maior do que áreas de sequeiro (não irrigadas). Atualmente, segundo o levantamento, o Brasil possui 8,2 milhões de hectares de área irrigada, com previsão de aumentar em mais de 4,2 milhões de hectares até 2040 e atingir 12, 4 milhões de hectares com irrigação.

 

Produzido pela CDI Comunicação
Edição: Equipe de Comunicação Corporativa/GCE